Aluna do Colégio Americano é campeã Sul-Americana Sub-17 pela seleção brasileira de futebol
O meio campo é o lugar dos craques. Assim a banda mineira pop Skank define na música Uma partida de futebol o lugar do campo onde desfilam volantes e meias armadores. Historicamente, o setor teve jogadores gaúchos que ganharam muito destaque, até mesmo na Seleção Brasileira, como Paulo César Carpegiani, Dunga e Ronaldinho Gaúcho. Agora quem quer espaço também nasceu nos pampas, é volante e tem como principais características técnica, boa saída de jogo e forte marcação, mas não falamos nem de Adilson, do Grêmio, nem de Sandro, do Internacional, e sim de Bianca Braga, 16 anos, aluna do Colégio Metodista Americano e atleta titular da Seleção Brasileira sub-17, que conquistou no dia 11 de fevereiro o Sul-Americano, em São Paulo.
Bianca, camisa de número 7 nas costas, foi um dos destaques da Seleção dentro do torneio. A conquista invicta do Brasil iniciou com uma vitória por 3 x 0 sobre a Bolívia, com direito a gol da aluna do Americano. Em uma cobrança de falta, a bola sobrou e eu fiz de cabeça, relata. Ao todo, foram seis partidas e a volante só não participou do segundo jogo, por estar lesionada. Na decisão, quando a Seleção Brasileira esmagou o Chile com sonoros 7 a 0, Bianca jogou bem, mas não marcou. Sou volante, por isso faço poucos gols. Minha função é mais de marcação e armação, conta a jovem.
O título colocou o Brasil no Mundial sub-17, que acontece em setembro, em Trinidad e Tobago. Ao que tudo indica, a aluna do Americano será uma das convocadas. Estou no time desde o ano passado, sempre como titular, por isso a confiança é grande, revela.
A jovem, que é atleta do Porto Alegre Futebol Clube, conta que as aulas no time de futsal do Colégio Americano são muito importantes na construção da Bianca jogadora. O salão tem muita correria, movimentação, pensamento rápido e exige agilidade. Ela revela que o treinador Luciano Fernandes, conhecido como Pipa, também é fundamental no aperfeiçoamento como atleta. Ele cobra muito, mas é um excelente treinador. Nos explica o esquema tático quantas vezes for preciso e sempre passa a orientação certa. Ele é um paizão para todas(os) as(os) atletas, elogia.
Pipa conta que Bianca, além de excelente jogadora, é também uma aluna nota 10. Ela é muito comprometida com os treinos, mas também com os estudos. Apesar de fazer constantemente viagens longas, a menina consegue conciliar o esporte com a escola e tira ótimas notas. Ela tem tudo para dar certo e vencer, pois é uma pessoa fenomenal, comenta.
Maturidade
E a camisa 7 faz realmente o que o treinador conta. Com uma maturidade espantosa para uma adolescente, Bianca fala que não costuma ir a festas, pois atrapalha o rendimento como atleta e na escola. Quem quer jogar futebol tem que abrir mão de algumas coisas. Não posso pensar em sair de noite e esquecer que tenho compromissos no campo. Além disso, tem o colégio, pois sem estudo não chegamos em lugar nenhum. Afinal, o futebol não é para sempre, diz. A volante pretende ser educadora física. Quero abrir uma escolinha de futebol e ajudar pessoas que queiram se tornar atletas, ou mesmo para trazer lazer, sonha.
Mas antes de se formar, a estudante tem objetivos mais próximos. Pretendo ser campeã mundial em setembro e seguir nas divisões de base até conseguir vaga em um clube na equipe profissional, conclui Bianca.
Jornalista responsável: Gerson Brisolara
Colaboração: Alexandre Paz