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A arte de fotografar com o professor Oliver Mann

por Universidade Metodista de Piracicaba — publicado 24/12/2013 09h38, última modificação 26/04/2016 15h50

Poder registrar e eternizar diversos momentos em fotografias se tornou uma tarefa mais fácil após as câmeras digitais e celulares com aplicativos terem surgido no mercado. Atualmente, qualquer pessoa pode tirar uma foto, colocar os mais variados filtros e compartilhar com seus amigos em redes sociais, um fato completamente diferente para quem começou a fotografar anos atrás, como o docente do curso de fotografia da Faculdade de Comunicação (Facom) da Unimep, Oliver Mann, natural das Filipinas.

A paixão e o interesse do professor por essa área surgiu durante sua graduação em comunicação social, ele conta que naquela época ainda não se falava em fotografia digital, e que procurou se aprofundar na analógica. Com seu olhar diferenciado de fotógrafo e com a cultura que adquiriu ao longo dos anos, ele procura reproduzir fotos criativas e diferenciadas. “Busco produzir outra interpretação, outro viés possível, mas sempre com foco nas linguagens arquitetônicas. O objeto arquitetônico visto pelos olhos de um fotógrafo, já não é a mesma matéria que sai da prancheta de um arquiteto”, conta o docente.

De olho no cotidiano das mais diversas culturas e sobre o que é feito com os objetos pessoais e privados nos espaços públicos, Oliver Mann produziu uma série de fotografias que foi destaque da bolsa da Fundação Iberê Camargo, em 2012, a Focos Privados em Espaços Públicos.

“A série flerta um pouco com outro conceito muito conhecido na fotografia, o documental, científico, racional. Surgiu a partir de uma inquietação minha em relação a como os espaços públicos de várias culturas vão sendo ocupados por objetos particulares e cuja função é estritamente doméstica: a de dar conforto e um sentido de pertinência a um ambiente íntimo, ou seja, a casa. Os sofás despejados na rua de forma legal ou clandestina evidenciam bem essa tensão entre o público e o privado ao conotar essa intimidade fabricada em escala industrial. Ela dialoga com esses laços de afeto a objetos materiais que vão sendo construídos ao longo de nossa existência como consumidores, e de como sentidos continuam a atuar mesmo que o objeto esteja construído”, destaca.

Esse segmento artístico também pode ser visto como um modo de conscientização sobre o tema proposto, como conta. “Acredito que essa discussão sobre a interface público/privado e a forma como o consumo de bens duráveis de várias culturas, afeta nosso ecossistema será cada vez mais importante. No livro de Jean Baudrillard, O Sistema de Objetos, escrito há quase meio século, a ideia de uma ética do consumo parece bem consolidada”, afirma.

Como professor do curso de fotografia da Unimep, ele diz que a troca de experiências e aprendizado com os alunos é mútua. “Temos as nossas lutas e conquista diárias junto aos nossos discentes, faculdades e universidades. Quando avalio um portfólio coerente e maduro, sinto-me como professor, realizado. O processo de aprendizado é recíproco”, conta o docente que pretende continuar seus estudos na área. “Pretendo elaborar um projeto de doutorado que contemple a linguagem dialogando sempre com a interface entre a esfera pública e privada de nossos afetos”, diz.


Texto: Jéssica Rodrigues
Fotos: Fábio Mendes
Coordenação/edição de texto: Celiana Perina
Última atualização: 20/12/2013

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