Aluna de Santa Bárbara fala sobre rotina de estudos em Berlim
A aluna Maria Célia de Oliveira Papa, 39, doutoranda em engenharia de produção da Unimep, permaneceu de março a julho de 2010 na Universidade Técnica de Berlim, Alemanha. A iniciativa ocorreu por meio de parceria existente entre a universidade alemã e o Laboratório de Sistemas Computacionais para Projeto e Manufatura (SCPM) da Unimep. O laboratório é coordenado pelo professor Klaus Schützer, docente do curso de pós-graduação em engenharia de produção. Na entrevista, Maria Célia relembra o cotidiano de pesquisas, as contribuições da experiência para os estudos e as dificuldades que enfrentou com o idioma. Leia partes da entrevista:
Acontece Unimep Como era a sua rotina na Alemanha?
Maria Célia Ficávamos cerca de seis a oito horas no Instituto Fraunhofer, que está ligado à Universidade Técnica de Berlim. Usávamos os laboratórios e tínhamos acesso a sites de pesquisa. A rotina como aluna de doutorando era a mesma daqui. Foi interessante porque conseguíamos discutir várias questões do projeto. Antes de ir para Berlim, trabalhávamos via skipe, mas devido à distância, havia algumas dificuldades. Já quando trabalhamos juntos, planejamos e realizamos experimentos e adiantamos várias questões do projeto. Tínhamos metas por semana, e analisávamos se eram cumpridas. Trabalhar via e-mail e via skipe é possível, mas algumas ações é melhor fazer presencialmente.
Acontece Unimep Quais são os objetivos dos projetos?
Maria Célia O Holiman deve fornecer uma visão holística sobre manufatura de superfície livre. Já o meu doutorado está relacionado com a parte de medição de superfície livre, por exemplo, definir estratégias e formas para se medir superfícies livres, porque hoje não se tem muita informação sobre esse assunto. Para o projeto Holiman, foi um período bastante produtivo, porque, além de fazer os experimentos, também elaboramos as versões iniciais para dois artigos.
Acontece Unimep Qual foi a contribuição das pesquisas para os seus estudos?
Maria Célia Pude ver como funciona alguns sistemas de medição, porque eles têm equipamentos um pouco mais sofisticados que os nossos, embora com as mesmas funções.
Acontece Unimep O que você encontrou lá que não temos no Brasil?
Maria Célia Até acreditava que eles estariam muito mais à nossa frente, com relação a técnicas, como, por exemplo, para medir uma superfície livre. Mas, na verdade, eles não fazem nada muito diferente do que a gente faz, salvo que eles trabalham bastante com a medição da rugosidade das superfícies. Com relação à dimensão, a forma e a geometria da superfície, nós temos feito as mesmas ações.
Acontece Unimep Como avalia a aprendizado desse período na Alemanha?
Maria Célia Foi uma ótima oportunidade de trabalhar com os pesquisadores alemães. No início, tinha receio, porque sabemos que a cultura deles é completamente diferente da nossa. A gente sempre acha que eles fazem mais e melhor. Mas a oportunidade de aprender e de poder discutir e trocar idéias com eles representou uma experiência bastante produtiva.
Acontece Unimep Teve dificuldades de adaptação com o idioma?
Maria Célia A gente só vê o impacto das dificuldades quando está lá. Cheguei ao aeroporto, sem mala, porque eles perderam a minha bagagem e ninguém falava inglês. Fiquei apavorada, porque vi realmente que não sabia nada, não entedia nada. Mas um pesquisador alemão foi lá e me ajudou, conversou e resolveu. Uma semana depois recuperei minha bagagem. Exceto isso, não tive dificuldade em me comunicar, porque todos falavam inglês.
Edição e texto: Assessoria de Comunicação e Imprensa
Fotos: Fábio Mendes
Última atualização: 08/02/2011