Alunos contam sobre métodos de estudos para enfrentar maratona de provas

Quem nunca sonhou em estudar em cima da hora para uma prova e ainda por cima tirar conceito dez? Embora alguns acreditem que esse seja o caminho mais prático e rápido para se preparar, o ideal é fazer justamente o contrário: diluir os estudos em dias diferentes. Com essa prática, o aluno absorve melhor o conteúdo e fica mais seguro sobre a própria capacidade para fazer a prova. Mesmo assim, cada um desenvolve seu método de estudo. E isso não é ao todo ruim.

VIVENDO NO LIMITE

“Primeiramente, eu tento entender a matéria em aula, sempre fazendo perguntas para os professores e anotando tudo. Na hora de estudar, eu pego na véspera e até no dia da prova tudo que anotei e faço um 'resumão' em poucas folhas, organizando toda a matéria em tópicos. Ler cada ponto tentando lembrar sobre o assunto me ajuda a memorizar o conteúdo”, conta João Marcos Frasson, aluno do 2º semestre de rádio, TV e internet. Já para Lucineri Vitorino Padula, aluna do 6º semestre de matemática, o método que mais funciona é revisar exercícios feitos em aula. "Assim consigo lembrar do que foi trabalhado em aula na hora de fazer a prova", destaca a aluna.

Muitos profissionais da área da educação alertam que a tática de revisar tudo na véspera pode até funcionar, mas apenas para quem estudou ao longo do ano também. Isso porque, nesse caso, o aluno não estuda tudo de uma vez em um dia, apenas revisa os principais pontos da matéria. "Estudo na véspera por falta de tempo, mas acho essa prática ruim porque tudo fica muito corrido e imprevistos podem causar grandes estragos", alerta Lucineri.

Acima de tudo, é uma questão de qual método funciona para o estudante. “Prefiro estudar na véspera por dois motivos: tenho memória muito ruim e essa tática se encaixa melhor na minha rotina. Se eu diluir as matérias em dias diferentes, provavelmente vou esquecer conteúdos importantes na hora de fazer a prova. E estudar tudo de uma vez também me permite ter mais tempo livre para outras coisas", conta o aluno, que mantém um canal no YouTube chamado Fatos Clashers, sobre curiosidades dos jogos Clash Royale e Clash Of Clans. Seu canal possui 738 mil inscritos.

ESTABELECENDO LIMITES

A aluna Lucineri, por outro lado, reconhece que diluir os estudos é a alternativa mais saudável, mas tem dificuldades em adaptar a sua rotina. "Estudar aos poucos te dá mais segurança para a prova e liberdade para lidar com imprevistos. Nos dois anos que dei aula para o ensino fundamental, sempre recomendava essa prática aos alunos”, afirma.

O que a ciência diz sobre o assunto? Problemas de memória e tempo à parte, as sessões de estudo realmente são mais eficazes do que um intensivo de um dia. Isso porque ao retomar um assunto depois de um certo tempo, o cérebro faz a revisão automática para absorver conteúdos novos. Quem diz isso são psicólogos como Daniel Willingham, que escreveu o livro "Por Que os Alunos Não Gostam da Escola?" (editora Penso), e Fred Orr, autor de "Prepare-se para Passar".

Outras dicas de preparação desses especialistas são misturar assuntos e incluir lazer. Concentrar assuntos distintos na mesma sessão de estudo requer esforço maior do cérebro, que impede o estudante de entrar no “piloto automático” e perder a concentração. Já o lazer, encarado como o vilão dos estudos, também tem sua importância. Por isso, eles recomendam incluí-lo no planejamento como espécie de prêmio para cada etapa concluída.

Tudo isso significa que estudar demais e se privar de diversão prejudica o seu rendimento. Em muitos casos, relaxar é mais produtivo do que trabalhar sem parar!

Texto: Pedro Spadoni
Edição e coordenação: Celiana Perina
Fotos: banco de imagens
Última atualização: 19/09/2017