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Alunos de jornalismo produzem telejornal online e destacam aprendizados e desafios das etapas de produção

por Angela Rodrigues publicado 08/07/2020 05h00, última modificação 08/07/2020 13h24


O distanciamento social e a limitação física para a produção das reportagens, a realização das entrevistas à distância e os trabalhos de edição. Esses foram alguns dos principais desafios que os alunos e docente do curso de jornalismo superaram, no final do último semestre, para a realização do jornal Ensaio produzido no 5º semestre da graduação.

A produção faz parte das atividades da disciplina Telejornalismo, oferecida no curso. 

A coordenadora das atividades e docente da disciplina Telejornalismo, a profª Luciane do Valle, conta que quando o isolamento teve início, em março, ela havia ministrado apenas duas aulas teóricas aos alunos.

“No início, eles produziram uma reportagem cada um - gravando pelo próprio celular - sobre a pandemia. Quando vi as reportagens, tive certeza que era possível alçar um voo maior! Eles não só produziram, como editaram, fizeram passagens, entrevistaram mais de uma fonte e outras ações... Um trabalho maravilhoso!”, afirma ela, que também leciona nos cursos de publicidade e propaganda, cinema e audiovisual, e rádio, TV e internet.

Os estudantes do 5º semestre produziram três reportagens e participaram de todas as etapas de produção em cada uma das três edições do telejornal. São eles: Daiany Oliveira da Silva, Gabriel Francisco Perin, Júlia Heloisa Silva, Letícia Santin, Lismeire Marques de Oliveira, Lucas Pinto Ferreira, Raissa da Silva Pereira e Rodrigo Bicci Ribeiro.

PRODUÇÃO – A docente conta que a primeira etapa do projeto consistiu nas reuniões de pauta.  “Depois decidíamos quais seriam as duplas de apresentadores, quem seriam os redatores e os editores. Revezamos a cada edição. Tudo era decidido colaborativamente. Todas as gravações foram realizadas nas casas dos alunos, que tentaram adaptar uma estrutura que “simulasse” minimamente uma bancada de telejornal. Os estudantes produziram as vinhetas também. Antes da gravação das bancadas, nós corrigíamos conjuntamente também os textos. Foi um trabalho 100% em equipe! Ao final, após assistir cada edição, fazíamos avaliações sobre a pauta, o encaminhamento das reportagens e aspectos técnicos”, detalha a docente.

A aluna Júlia Heloisa Silva, 21, atuou como roteirista da 1ª edição, âncora na 2ª e fez parte da equipe de edição da 3ª edição do telejornal. Ela conta que os temas das matérias foram definidos com a orientação da professora. “Depois produzimos as matérias e assistíamos também em aula. Dividimos as tarefas em três etapas: roteiro, gravação de âncoras e edição. Foi esse ciclo nas três edições; e nós, alunos, íamos revezando as funções em cada uma delas”, afirma.

Um dos principais desafios, para ela, foi encontrar temas de matérias que pudessem ser desenvolvidas em sua própria casa. “Já pensávamos em pautas que pudéssemos realizar sem quebrar o isolamento”, acrescenta a estudante.

Para Rodrigo Bicci Ribeiro, 20, um dos principais desafios foi a realização das entrevistas. “Por estarmos acostumados em marcar uma data e ir até a fonte para a realização da entrevista, realizá-las via vídeo chamada ou aguardar o envio foi meio complicado. Muitos entrevistados demoravam para encaminhar a resposta e o tempo acabava ficando curto.  Outro desafio também foram as edições; nós alunos sabíamos apenas o básico, então foi uma dificuldade no início”, conta ele.

“No final, mandávamos as reportagens para a professora Luciane Ribeiro do Valle e dividíamos as funções que cada um faria no telejornal. Redação, bancada e edição. Como tivemos três teles, alternávamos as funções entre os três”, afirma Rodrigo. 

O universitário elaborou três matérias para as edições do telejornal: a primeira sobre a Importância dos cuidados dos idosos em combate ao Covid-19, que contou com seu pai e avó dentre os entrevistados; a segunda, realizada em equipe, foi sobre os impactos da Covid-19 no futebol; enquanto a última reportagem foi sobre o torneio online da FIFA 20, organizado pelo XV de Piracicaba.

Letícia Santin, 21, conta que com as aulas presenciais, os alunos puderam produzir algumas matérias sobre o Coronavírus ainda no mês de março e editaram a primeira versão do jornal. “No decorrer do semestre, as próximas edições foram melhorando. Produzimos três edições, no total, em que fomos aprendendo a usar as câmeras dos nossos próprios celulares, pensar em cenários, realizar chamadas em vídeos para as entrevistas, dentre outras atividades”, afirma ela.

Segundo a universitária, as orientações para a produção do jornal foram transmitidas por meio do ambiente AVA.  “Ambas as partes tiveram bastante dificuldade para se adaptar à nova realidade; a professora porque nunca tinha ensinado sob essas condições e os alunos porque não tinham as ferramentas necessárias. Visto que as atividades foram feitas sem o amparo dos técnicos e em casa, tivemos que improvisar cenários para passagens, para bancada e improvisamos GC, além de outros processos técnicos”, afirma.

Frente aos desafios, surgiram ideias. “A solução que achamos foi encontrar ferramentas acessíveis para os alunos, programas de edição gratuitos e câmeras dos nossos próprios celulares. Todo o material foi feito somente pelos alunos com orientação a distância da professora Luciane”, pontua Letícia.

RESULTADOS –
Ao longo da produção e exibição de cada edição do telejornal, a estudante Júlia Silva pode perceber o aprimoramento do trabalho.A cada edição, pudemos ver a nossa evolução. Mesmo não sendo presencial, foi uma experiência muito legal”, afirma ela. “Acredito que esse trabalho me fez enxergar que para tudo há solução. Não tínhamos equipamentos, as pautas eram limitadas e não podíamos encontrar nossas fontes, mas graças à tecnologia, conseguimos”, afirma.

Rodrigo também diz que o aprendizado foi imenso. “Ao final do projeto, é notável a grande evolução que tivemos em todos os aspectos, tanto na redação, quanto bancada e edição. Foi uma excelente experiência, gostei muito. Acredito que, apesar de termos feito o telejornal à distância, buscamos nos aprofundar e dedicar mais no assunto. Portanto, foi uma ótima experiência e de tamanha contribuição para a carreira profissional”, conta ele. 

Letícia avalia que, mesmo frente às dificuldades, os estudantes conseguiram produzir bom conteúdo. “Como tivemos maior autonomia na produção do jornal, pudemos aprender mais sobre as diversas etapas da realização de um telejornal. Nós produzimos nossas pautas, os roteiros das nossas matérias, os cenários, pensamos nos ângulos das câmeras, nas imagens que precisávamos capturar, além de redigirmos a redação das laudas para a bancada e editarmos sozinhos todas as versões, detalha a estudante.

Para a docente, a profª Luciane do Valle, o resultado foi bastante positivo. “Sou só elogios aos alunos, pois se eles não tivessem abraçado a empreitada - porque deu trabalho - nada disso seria possível. Foi uma experiência fantástica! Me emocionei a cada dia de aula quando eles traziam mais e mais produções, reflexões e ânimo!”, aponta a professora. 

 

Texto: Assessoria de Comunicação Unimep
Foto: banco de imagens Pexels/Christina Morillo
Última atualização: 01/07/2020