Você está aqui: Página Inicial / Notícias / Coordenador da Assessoria Internacional analisa política externa adotada por Trump e os reflexos para o Brasil

Coordenador da Assessoria Internacional analisa política externa adotada por Trump e os reflexos para o Brasil

por ceperina — publicado 03/01/2018 00h00, última modificação 10/01/2018 09h31
Marcelo Leite, coordenador de Relações Internacionais fala sobre o reflexo das decisões de Donald Trump para o Brasil, especialmente no campo da educação.

Desde que assumiu a presidência dos EUA, em janeiro, o presidente norte-americano Donald Trump se mantém no foco de polêmicas que incluem desde decisões em relação à economia dos EUA, e a política internacional, até postagens feitas em suas redes sociais. Em meio ao cenário, vale refletir sobre os principais reflexos das decisões do atual presidente para o Brasil, especificamente no campo da educação superior.

Marcelo da Silva Leite, coordenador da Assessoria de Relações Internacionais da Unimep, residiu há um ano por um semestre no país; período em que atuou como docente visitante do Emory & Henry College, em Emory, Virginia. Em entrevista ao Acontece Unimep, ele fala sobre os possíveis reflexos para o Brasil da gestão de Trump e também sobre algumas das mudanças ocorridas nos EUA. Acompanhe os principais trechos:

Acontece Unimep – Quais podem ser os principais reflexos para o Brasil das ações da política externa adotada por Trump?

Marcelo Leite – Há consequências que podem ser negativas e positivas ao Brasil. As negativas serão em relação aos produtos e serviços que o Brasil exporta ao país. No momento em que o governo americano identificar que os mesmos produtos e serviços americanos estão em desvantagem em relação aos produtos brasileiros existe grande possibilidade de sobretaxar os produtos e serviços exportados pelo Brasil aos Estados Unidos. Essa possibilidade existe pois Trump defende medidas protecionistas ao mercado americano. Por outro lado, as consequências das ações de Trump também podem permitir que o Brasil ocupe espaços no mercado americano deixados por outros parceiros comerciais. E também que o Brasil estabeleça parcerias com os países que terão menos espaço nos Estados Unidos. Nesse sentido, o protecionismo pode ser mais positivo do que negativo para o Brasil, mas dependerá da capacidade de articulação do governo e dos negócios brasileiros.

Acontece Unimep – Especificamente no campo da educação, quais podem ser principais reflexos para o nosso país?

Marcelo Leite – Não vejo como as ações de Trump podem ter grande impacto na educação brasileira. O que pode ser atingido são alguns projetos educacionais como as concessões de bolsa de estudos do governo americano para os brasileiros estudarem nos Estados Unidos, pois Trump já anunciou que irá diminuir investimento em cooperação educacional internacional.

Acontece Unimep – Em 2016, você residiu por um semestre nos EUA. Na prática, quais foram as principais mudanças observadas com Donald Trump como presidente? Avalia essas mudanças como positivas ou negativas e por quê?

Marcelo Leite – Essa resposta varia muito e depende do nível educacional, socioeconômico e da visão política e filosófica das pessoas. Penso que um democrata da classe média com visão mais liberal de mundo poderia responderia que a eleição de Trump é uma catástrofe, pois ele representa o oposto do que um democrata liberal acredita, em relação a vários temas. Já um republicano sem muitos recursos ou classe média baixa, com uma visão mais conservadora, responderia que a eleição dele é a possibilidade da redenção da “América”, pois foi esse público que, majoritariamente, o elegeu.

 

Texto: Assessoria de Comunicação Unimep
Edição e coordenação: Celiana Perina
Fotos: Jonathan ErnstShealah Craighead 
Última atualização: 03.01.2018