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Coordenadora do curso sobre História da Mulher, realizado em parceria com a Unimep, fala sobre a importância do combate à vulnerabilidade

por Angela Rodrigues publicado 02/08/2022 05h00, última modificação 05/10/2022 09h37

Teve início em agosto, no campus Taquaral da Unimep, o curso “História da Mulher e Políticas de Combate à Vulnerabilidade”, realizado pelo projeto Heroica. A iniciativa ocorre em parceria com a universidade, por meio da Diretoria de Extensão e Cultura.

Participam do curso profissionais de diferentes áreas que trabalham e atendem mulheres em situação de vulnerabilidade ou vítimas de violência.

Ao longo dos encontros, o grupo tem contato com questões históricas sobre a mulher que ainda hoje influenciam e afetam suas escolhas, pensamentos e ações. As aulas ocorrem às quartas-feiras, das 19h às 21h30, no bloco 5 do campus Taquaral.

Sobre o projeto, a parceria com a Unimep e os temas ligados à vulnerabilidade da mulher, a equipe do Acontece Unimep conversou com Simone Seghese, coordenadora da iniciativa. Simone é graduada em direito e mestre em direito pela Unimep e atualmente realiza doutorado na Unicamp, com estudos sobre a violência sexual.

Confira os melhores trechos da entrevista:


Acontece Unimep – Como nasceu o projeto Heroica?
Drª Simone Seghese – O projeto Heroica trabalha questões ligadas à mulher há muitos anos. Oferecemos o curso de formação desde 2014. Inicialmente, trabalhávamos com as mulheres que desejavam ser voluntárias. A gente treinava essas mulheres para que elas pudessem entender quem é a mulher vulnerável? O que ela precisa da gente?
Então, o Núcleo de Psicologia e o Núcleo do Direito faziam esses treinamentos às interessadas em serem voluntárias. Mas, a todo momento, surgia alguém querendo saber mais sobre quem é essa mulher vulnerável e quais são as suas vulnerabilidades. Também, o que é violência, de verdade? Muitas mulheres ainda têm dúvidas sobre como acontece a violência dentro de um relacionamento e como você identifica isso. Algumas situações, por exemplo: pegar o seu celular, proibir você de tirar dinheiro do banco, entendeu? 
A nossa proposta, então, é ajudar a mulher a saber quando ela tem de olhar para isso e falar: olha, isso é alarmante, eu preciso me preocupar com isso. Com isso, as mulheres alunas não queriam mais só fazer parte do projeto, mas também poderem trabalhar esses temas em seus nichos de atuação. Fomos ampliando o projeto até que chegou o momento em que precisávamos de um local maior, com mais espaço. Nesse ano, fizemos um curso online com 80 alunas, todas mulheres. Então, pensamos em recomeçar, no formato presencial. Aí surgiu a parceria com a Unimep e a iniciativa de montar um Núcleo de Estudos de Gênero para atender essas demandas. 

Acontece Unimep – Quantas alunas participam do curso e quais são os principais temas?
Drª Simone Seghese – Nessa edição, temos aproximadamente 25 a 30 alunas. Serão 15 encontros semanais, e em cada encontro teremos um módulo distinto. O módulo que ministrarei é sobre a História da Mulher, pelo fato de trabalhar essa questão da violência sexual no meu doutorado. Participam também como docentes do curso, duas psicólogas. Uma delas vai falar sobre quais são os tipos violências. Porque não existe apenas a violência física. Então, ela vai enumerar e detalhar sobre todas elas. Já a Ellen, também psicóloga, vai abordar sobre a nossa compreensão sobre nós mesmas, os motivos pelos quais uma mulher tem tanta dificuldade de sair de situações de vulnerabilidade. A Tais, também psicóloga, virá com um conteúdo subjetivo.

Teremos também a participação da drª Olívia, que irá falar sobre a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) e compartilhará os trâmites para as alunas poderem entender como é que funcionam os processos. Isso significa, saber por exemplo o que a polícia precisa que uma mulher em situação de vulnerabilidade forneça, quais provas são necessárias, etc. Depois, uma psicóloga da Defensoria irá falar sobre a vulnerabilidade interna, sobre o psicológico dessa mulher vulnerável que, muitas vezes, acaba desistindo de seguir com a denúncia, deixa por isso mesmo por causa dos filhos ou outros motivos.

Também teremos uma defensora pública para expor sobre o que acontecer numa audiência, como podemos proteger uma mulher em situação de vulnerabilidade numa audiência judicial para que ela não seja revitimizada. Ou seja, entender como os juízes e advogados promotores têm de tratar o caso, tratar essa mulher, depoimentos, o testemunho. Na sequência, vamos encerrar com exemplos práticos. Por exemplo, se você tem uma amiga ou vizinha e ouve que ela grita, que enfrenta brigas, como você age, o que você pode fazer? Enfim, tem casos e casos, e todas nós precisamos estar sensíveis a eles. Esse é todo o percurso que vamos traçar durante o curso.

 
Acontece Unimep – As próximas edições do projeto já estão definidas?
Drª Simone Seghese - As aulas desse curso terminam em novembro e já iremos abrir as inscrições para o próximo. É importante destacar que a Unimep concederá certificação de participação. Isso permitirá que as alunas também possam dar treinamentos em empresas e escolas parceiras. Sobre os temas das próximas edições, temos vários parceiros de dor, e queremos colocar temas ligados a esses universos em destaque. Dentre eles, temas sobre igualdade das minorias e como podemos proteger essas minorias.

 

APOIO – O curso “História da Mulher e Políticas de Combate à Vulnerabilidade” conta também com o apoio das empresas parceiras:  Up Level Idiomas, Yes Cosméticos, Venus by Corp, + Movimento + Vida, Nova Era Assessoria Contábil e Morete e Davanzo Contabilidade.



 

Texto: Assessoria de Comunicação Unimep
Fotos:
banco de imagens (capa) e acervo Unimep (interna)
Última atualização:
12/08/2022