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Diretor da Faculdade de Direito fala sobre o mercado de trabalho e dá dicas aos recém-formados

por Angela Rodrigues publicado 16/10/2017 00h00, última modificação 01/11/2017 10h47
Diretor da Faculdade de Direito da Unimep fala sobre as possibilidades de atuação na área e a profissão.

 Seja qual for a área de atuação que os atuais estudantes dos cursos de direito da Unimep irão escolher ao concluir a graduação, uma prática será essencial em todas elas: estudar a vida toda. A afirmação é do professor Jarbas Martins Barbosa de Barros, diretor da Faculdade de Direito da Unimep. Em entrevista à equipe do Acontece Unimep, ele falou sobre as carreiras e possibilidades de atuação na área do direito, sobre a profissão e os cursos oferecidos nos campi Taquaral e Lins. Acompanhe os melhores trechos:

Acontece Unimep – Quais são as possibilidades de atuação na área de direito?
Prof. Jarbas Barros – Quando se fala em formação em direito você pode pensar em duas possibilidades de carreira: na área pública e na área privada. Na área privada, há a possibilidade de advogar em sociedade com outros colegas ou fazer a advocacia individualizada. Há também o advogado corporativo, que é contratado por determinada empresa ou instituição e vai atuar fazendo a interface da empresa com o escritório de advocacia. Por outro lado, há a carreira pública, que inclui cargos distintos nas três esferas: municipal, Estadual e Federal. Há também os promotores de Justiça; os magistrados, que são os Juízes de direito. E tem, também, a carreira docente. 

Acontece Unimep – Há novos campos de atuação para o profissional de direito?
Barros – Sim, há carreiras novas. Hoje, por exemplo, com toda a corrupção que grassa, não só no Brasil, mas no mundo todo, existe a Complaince, que é o conjunto de normas que vêm sendo exigidas no mundo corporativo e que asseguram que as empresas possuem práticas e políticas implementadas e fiscalizadas de gerenciamento. Esse processo está ligado ao setor jurídico porque é governança corporativa. Mas vai envolver todos os setores da empresa, visando impedir justamente que práticas de corrupção venham a se caracterizar.

Acontece Unimep – Atualmente, qual é a área que mais concentra profissionais de direito dentre os recém-formados e por quê?
Barros – Vejo que os alunos vêm muito atraídos pelas carreiras públicas por causa da segurança que está atrelada às carreiras públicas. Mas também há pessoas que vão para essas carreiras pela vocação: querem ser promotores de justiça, querem ser magistrados, querem ser policiais. O direito tem uma característica interessante. Tenho alunos que são médicos, de sucesso e que querem fazer direito. Outros que são aposentados e não querem necessariamente atuar como advogados, mas querem conhecer o direito.

Acontece Unimep – O que é fundamental para o desenvolvimento da profissão?
Barros – Muito estudo. Mas é um estudo diferente do que a moçada, às vezes, encara em uma faculdade. Tem muitos alunos que são brilhantes desde o 1º semestre e outros que vão levando e, depois, quando se deparam com a realidade do mercado, sofrem. Vão sofrer para entrar na carreira do magistrado público, na carreira da advocacia, do ministério público, enfim...

Acontece Unimep – Por que isso ocorre? Pode citar alguns exemplos?
Barros – Porque, muitas vezes, o aluno se comporta nos bancos acadêmicos com falta de maturidade. A matéria de direito é densa, reclama muita leitura, muita doutrina. E há jovens que gostam e se habituaram mais a leituras curtas, rápidas e não gostam de aprofundar. E isso não é o bastante para se transformar em um bom profissional de direito. O aluno comprometido vai colher bons frutos e bons resultados. O que não é comprometido, sai da faculdade e não faz nada com o diploma. Primeiro, porque ele não entra nas carreiras disponíveis e, segundo, porque ele não vai sentir a segurança para assumir a responsabilidade de uma procuração para defender alguém. Temos a prova aqui, cristalina, de que o conjunto final se faz entre universidade e aluno. Não adianta o aluno vir descomprometido e querer que a universidade o transforme em alguém brilhante porque isso não existe. Isso vale para todas as áreas, sem dúvida.

Acontece Unimep – Quais dicas você cita aos alunos recém graduados prestes a ingressar no mercado de trabalho?
Barros – Primeiro: estude. Sempre, até morrer. Em segundo: se realize como profissional, conseguindo formar uma equação equilibrada entre o seu compromisso com a cidadania e o povo, e as suas necessidades de sobrevivência, de maneira que não seja a falta de remuneração justa que o impeça de atuar em prol de alguém que precise de socorro para ter o seu direito assegurado. E de maneira, também, que você não vilipendie a sua carreira, deixando, por exemplo, os honorários advocatícios aviltados. 

 

Entrevista e texto: Angela Rodrigues
Edição e coordenação: Celiana Perina
Fotos: Banco de imagens
Última atualização: 31.10.2017