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Docente orienta alunos de direito sobre Exame da Ordem

por Universidade Metodista de Piracicaba — publicado 28/02/2013 13h34, última modificação 26/04/2016 15h49

Para auxiliar os universitários do curso de direito, que anualmente participam do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o coordenador do curso de direito do campus Lins, Fernando José Polito da Silva, comenta as questões do exame na obra “Passe Agora na OAB – 1ª Fase – Questões Comentadas”. Na 5ª edição, o livro editado pela Rideel e lançado no ano passado, também destaca informações e transmite dicas que podem ajudar os futuros profissionais à aprovação. Em entrevista ao Acontece online, Polito fala sobre o exame, os conhecimentos exigidos e cita orientações aos que irão participar. Acompanhe os melhores trechos:

Acontece – Como é aplicado o Exame da Ordem?

Polito – A primeira fase é de questões alternativas, com oitenta questões. Após essa etapa, os aprovados vão para a segunda fase, que consiste em questões dissertativas, optando por matérias específicas da área de direito. O estudante pode escolher dentre as áreas do direito penal, civil, tributário, trabalhista e administrativo. Ele pode optar por uma dessas matérias para fazer a prova dissertativa. Nessa prova, ele elabora uma petição, mais as questões sobre a matéria escolhida. Percebemos também que quando há mudanças na legislação, geralmente no próximo Exame, já são exigidas questões sobre essas mudanças.

Acontece – Quais são os conhecimentos mais exigidos nas 1ª e 2ª fases?

Polito – Na primeira etapa, os candidatos são avaliados sobre todas as disciplinas cursadas, desde as disciplinas básicas, dadas no início do curso. Na segunda etapa, ocorre a prova prática. O candidato tem de elaborar uma petição escrita sobre um tema, uma hipótese ou um problema. Eles passam um caso concreto e é preciso elaborar uma petição.

Acontece – Qual é o momento ideal da graduação para iniciar a preparação para o Exame? 

Polito – Já no primeiro ano. O aluno ingressou no curso e já deve começar a se preparar. E o próprio curso deve fazer um direcionamento. Para um docente, preparar o aluno para o exame é difícil. Há alunos que optam por graduações mais baratas ou ruins e pensam que participar depois de um cursinho preparatório para o Exame vai resolver. A gente sabe que não vai, porque nos cursos preparatórios eles apenas lembram o que você aprendeu, se você não aprendeu, não adianta.

Acontece – Quantas horas por dia considera ideal para dedicar aos estudos?

Polito – Muitos têm o costume de estudar para as provas apenas na última hora, mas não é que assim que funciona. O aluno deveria, já no dia que o professor transmite uma matéria, buscar mais sobre o conteúdo, ler sobre o que foi ensinado, buscar doutrinas, saber o que os tribunais julgam sobre aquele determinado assunto, para ir se preparando. Atualmente, a gente percebe que os alunos e todos os estudantes, em geral, querem coisas mais resumidas, porque as informações atualmente estão muito rápidas e eles querem tudo pronto. Nesse sentido, a gente tem dificuldade para fazer o aluno ler, e o aluno do direito tem que ler muito.

Acontece – Pela sua experiência, qual é a principal dificuldade?

Polito – É a prova prática, porque a exigência é alta. O aluno recebe um problema, e para ele elaborar a resposta, há muita coisa envolvida. Ele deve saber para qual juiz deve encaminhar, se há recursos, quais são esses recursos, quais as normas devem ser usadas, dentre outros.

Acontece – Cite três dicas que podem ajudar o estudante nas duas fases do exame da OAB?

Polito – Começar a estudar desde o primeiro ano. Estudar, estudar e estudar. O aluno deve ler muito e esquecer os resumos. Tem que ler a doutrina e entender, saber os porquês. Os resumos servem apenas para relembrar a matéria. Além disso, não deixar para aprender no cursinho preparatório do exame porque o cursinho apenas vai lembrar. Aprendizado mesmo, ele só vai receber na faculdade.

Acontece – Um profissional que não é aprovado no exame pode atuar na área de direito? 

Polito
– O exame é obrigatório. Para atuar como advogado, é necessário prestar o Exame de Ordem. Sem ele, o estudante torna-se apenas bacharel em direito, não pode advogar, porque o requisito é esse. Aquele que é apenas bacharel em direito pode participar de concursos públicos. Existe até a possibilidade de atuar na área, com uma carteira de estagiário, mas sem o Exame, não se pode advogar.


Texto e entrevista: Angela Rodrigues
Fotos: Fábio Mendes
Última atualização: 28/02/2013

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