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Docentes de gestão da Unimep apontam 6 características do perfil empreendedor

por Angela Rodrigues publicado 17/07/2017 05h00, última modificação 17/07/2017 10h29
Docentes da Faculdade de Gestão e Negócios da Unimep apontam 6 características do perfil empreendedor.

Abrir a própria empresa, após a graduação, pode ser o sonho de muitos universitários. No entanto, conseguir realizar esse sonho nem sempre torna o profissional um empreendedor. Ana Maria Romano Carrão, docente da Faculdade de Gestão e Negócios da Unimep, afirma que o empreendedorismo é uma característica comportamental e que o perfil empreendedor não é algo ligado apenas ao fato de abrir uma ou mais empresas. 

Ou seja, qualquer pessoa independente da área de atuação pode ser empreendedor no local em que estiver. “A pessoa que tem a atitude ou a postura empreendedora será assim se tiver ou não tiver uma empresa, se trabalhar em órgão público, em casa ou em qualquer outro lugar. O que caracteriza um empreendedor é a inovação”, afirma a professora.

Ana Maria é coordenadora do Grupo de Estudos Multidisciplinares em Administração, que tem o empreendedorismo feminino como tema de uma das linhas de pesquisa. Desse estudo, participa também a professora Maria Imaculada Montebelo, da Faculdade de Gestão e Negócios.

Ana Carrão conta que as pessoas, em geral, equiparam o empreendedorismo à figura do empresário e é preciso desmistificar essa ideia. “O empreendedorismo pode se manifestar em qualquer idade, em qualquer pessoa e em qualquer local. O empresário é um empreendedor porque empreende, investe capital, mas isso não significa que o comportamento dele seja o de alguém empreendedor. Nem todo empreendedor é o proprietário de bens de produção. O que caracteriza um empreendedor é a inovação”, destaca.

Além disso, a motivação de uma pessoa com o perfil empreendedor, acrescenta Ana, vai além da própria trajetória profissional. Ou seja, o empreendedor não empreende para apenas si, detalha Ana. “O empreendedor está sempre preocupado com o reflexo de seu negócio para a sociedade. O empreendedorismo tem uma função social muito grande, porque vai desencadear desenvolvimento. O empreendedor tem de gerar efeitos para a sociedade, no mínimo gerar emprego e esse grau de responsabilidade é que torna o empreendedor mais sensato”, afirma.

PAIXÃO PELO TRABALHO

Valéria Rueda Elias Spers, docente do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da Unimep acrescenta que para ser empreendedor o profissional precisa “olhar para o que gosta, para um determinado tipo de ramo ou negócio, e estudar, analisar bem a área e se preparar”. De acordo com ela, dentre as atitudes ou ações essenciais que um empreendedor estão: ser pesquisador da área que se pretende atuar; ter a capacidade de observação e de pesquisa para entender o ramo que vai entrar. “É preciso ser sonhador, e ao mesmo tempo, pesquisador. O terceiro passo é ser disciplinado para implementar, ter capacidade de disciplina, entender quanto vai gastar, identificar os cálculos de investimento, o capital de giro enquanto não entrar recursos, entender o mercado e compreender o comportamento do consumidor naquele ramo”, Dessa forma, ele passa de sonhador para a fase de concretizar o sonho. “Estar tudo dentro da cabeça não garante que você tenha a gestão do seu negócio”, pontua Valéria.

SUPERANDO CRISES

Mesmo em períodos difíceis e com crises, um profissional com perfil empreendedor encontra soluções para os desafios que surgem. “Problemas não faltam, as condições estão dadas: crise, concorrência, desemprego. Mas o empreendedor é capaz de fazer coisas diferentes e inovar, com os mesmos recursos”, afirma Ana Maria Carrão.

Segundo ela, a pessoa empreendedora tem um comportamento altamente irrequieto e vai encontrar saída para os desafios. “O empreendedor é otimista, mas dentro da realidade, e vai fazer de tudo o que acredita para resolver os problemas”.

Além disso, Ana acrescenta que o empreendedor é um agente de desenvolvimento econômico. “O empreendedor não empreende apenas para si, essa é outra característica. Ele está preocupado também com os reflexos daquilo para a sociedade. O empreendedorismo tem função social muito grande porque se ele vai desencadear desenvolvimento, tem de gerar efeitos para a sociedade, no mínimo gerar emprego. E esse grau de responsabilidade é que torna o empreendedor mais sensato”, afirma Ana.

Valéria acrescenta que ainda se frente ao primeiro desafio a pessoa desiste, na realidade, ela não é empreendedora. “Empreendedor é aquele que quando os desafios começam a aparecer ele vai superando um de cada vez, nem que seja preciso recuar um pouco para depois voltar a crescer”, diz.

 

Texto: Angela Rodrigues
Edição e coordenação: Celiana Perina
Fotos: banco de imagens
Infográfico: Gabriela Rufino
Última atualização: 06/07/2017