Ex-aluno do curso de direito encontra motivação nos estudos
Edison Donizete Marconato, 38, ex-aluno da Unimep, terminou o curso de direito no final do semestre passado com uma história de vida não muito comum. Apesar de ter conseguido realizar o sonho de ter em mãos o diploma de advogado, tendo sido aprovado no exame da OAB - Ordem dos Advogados do Brasil quando ainda estava cursando o 10º semestre, ele precisou batalhar e superar muitos obstáculos até chegar onde está, pois as condições para um deficiente físico nem sempre são muito favoráveis.
Ele, que trabalhava como eletricista em uma usina, sofreu um acidente em 1993. Ele recebeu uma descarga elétrica e perdeu a mão esquerda e os movemntos parciais da direita. Devido ao ocorrido, Marconato passou entre idas e vindas, cerca de um ano internado. Ele fez implante da mão direita e depois de mais de 60 cirurgias, conseguiu recuperar parcialmente os movimentos e a sensibilidade. Na mão esquerda, teve que recorrer ao uso de uma prótese.
Marconato saiu da escola ainda menino para trabalhar no corte de cana e ajudar nas despesas da família. Quando sofreu o acidente, havia estudado até a 4ª série do ensino fundamental e sentindo que precisava refazer sua vida, voltou a estudar. Então, fez supletivo até concluir o ensino médio. Depois cursou técnico em processamento de dados e iniciou graduação em ciência da computação, curso que, devido as cirurgias e outros problemas de saúde, ele não pôde concluir. Quando havia desistido de estudar, a convite de um amigo, prestou vestibular para direito e então reanimou-se.
Quando entrei no curso os amigos me disseram que o exame da OAB era extremamente difícil e como não tinha condições de pagar um cursinho decidi me preparar desde o início do curso. Me esforcei bastante para não pegar DPs. No dia do exame, enquanto fazia a prova, relembrava das aulas dos professores da Unimep. Eles foram muito importantes nessa conquista, diz.
FUTURO
Hoje Marconato quer fazer pós-graduação em direito do trabalho e utilizar seus conhecimentos para ajudar pessoas. Recentemente ele esteve em um programa de TV onde pediu a doação de uma prótese biônica, a mais moderna e cara (cerca de R$ 150 mil) do mercado. E para sua alegria ele conseguiu esse presente tão sonhado. A prótese já está a caminho do Brasil, vinda da Escócia.
Quero ajudar as pessoas, dar um pouco daquilo que recebi, pois fui muito ajudado todo esse tempo. Deus me abriu muitas portas, então o que puder retribuir com aqueles que precisam, quero fazer. Sou um cara abençoado, diz.
Texto: Elaine Pereira
Fotos: Fábio Mendes
Edição/jornalista responsável: Celiana Perina
Última atualização: 10/08/2012