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Prof. Oliveira destaca efeitos da crise hídrica para bacias do PCJ

por Universidade Metodista de Piracicaba — publicado 18/05/2015 10h55, última modificação 26/04/2016 15h52

Com reflexos em todos os segmentos da sociedade civil, a crise hídrica também teve efeitos que afetaram principalmente órgãos e instituições responsáveis pelo gerenciamento dos recursos hídricos do Estado de São Paulo. Em continuidade à série de entrevistas especiais relacionadas à campanha Apague o Desperdício, Ivens de Oliveira, docente efetivo da Faculdade de Gestão e Negócios (FGN) desde 2012, fala sobre os principais efeitos da crise hídrica para a Fundação Agência das Bacias PCJ e também apresenta alternativas que podem ser adotadas para minimizar os seus resultados. Desde novembro de 2013, Oliveira também atua como diretor administrativo e financeiro do órgão.

A campanha Apague o Desperdício é promovida pelo Departamento de Administração dos campi e Departamento de Comunicação e Marketing com apoio da Reitoria. Confira os principais trechos:

Acontece Unimep – Qual é o papel da Fundação Agência das Bacias PCJ no que se refere à gestão das águas no Estado de São Paulo?

Ivens de Oliveira – A Fundação Agência das Bacias PCJ faz o gerenciamento dos recursos financeiros arrecadados com as cobranças pelo uso dos recursos hídricos nas bacias PCJ, executando ações para a implantação das políticas de recursos hídricos dos Comitês das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, fornecendo suporte técnico e administrativo.


Acontece Unimep – Quais foram os principais efeitos da crise hídrica para a Fundação Agência?

Oliveira – O efeito imediato foi a queda de arrecadação da cobrança pelo uso dos recursos hídricos em função da estiagem atípica que reduziu a disponibilidade hídrica nos rios das bacias PCJ, comprometendo a captação de água pelos usuários, principalmente para fins de abastecimento público e uso industrial. É importante esclarecer que pagam pelo uso dos recursos hídricos pessoas físicas e jurídicas que possuem autorização (outorga) para retirar água ou lançar efluentes nos rios, lagos, represas e poços. A redução no pagamento dessa cobrança nos obrigou a trabalhar os recursos financeiros disponíveis para investimentos e custeio administrativo da Agência das Bacias PCJ de forma equilibrada e com cautela. Em 2014, o valor total arrecadado foi superior a R$ 31 milhões. Em 2012, por exemplo, a arrecadação superou R$ 36 milhões, o que comprova a queda na captação, consumo e lançamento de efluentes por parte dos usuários.


Acontece Unimep – Quais práticas deveriam ter sido adotadas nos setores públicos, industrial e privado para evitar a crise hídrica?

Oliveira – Nas discussões no GT sugeriu-se que serviços de saneamento das cidades que compõem as bacias PCJ promovessem campanhas de orientação de redução e reaproveitamento da água, a fim de que as consequências da estiagem fossem mitigadas. A indústria e os serviços privados puderam dispor de estações de reaproveitamento de uso da água e controle de perdas na rede de distribuição de água, sendo que para isso é preciso estar atento à troca e à manutenção das redes.

 

Acontece Unimep – A criação de políticas públicas no contexto dos eventos extremos é suficiente para solucionar a má gestão das águas? Além dela, quais outras ações deveriam ser adotadas?

Oliveira – O Consórcio PCJ atua nas bacias PCJ há mais de 25 anos, incentivando a discussão e a implementação de políticas de recursos hídricos. Mas, o planejamento ainda continua sendo uma das ferramentas mais eficazes para prevenção de crises, quaisquer que sejam elas. A filosofia oriental assevera que crise é oportunidade. A crise está nos dando lições. Se soubermos aproveitá-la, poderemos evoluir muito em todos os aspectos, e isso vale para todos os atores do processo.


Texto:  Angela Rodrigues
Foto: acervo pessoal
Coordenação/edição de texto: Celiana Perina
Última atualização: 18/05/2015