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Repórter do Fantástico, Giuliana Girardi relembra época na Unimep

por Universidade Metodista de Piracicaba — publicado 27/11/2015 13h21, última modificação 22/06/2017 12h05

Investigar denúncias, ler, buscar histórias marcantes, ouvir pessoas e conquistar reconhecimento são ações comuns na rotina da jornalista Giuliana Girardi, há três anos repórter do programa Fantástico, exibido pela TV Globo. Graduada em jornalismo pela Unimep - Universidade Metodista de Piracicaba no ano de 1998, a profissional se destaca pelas matérias investigativas que produz e com as quais conquistou reconhecimento. Uma delas, da qual participou ao lado da equipe de produção do programa dominical, recebeu o Grande Prêmio Tim Lopes, da premiação Tim Lopes de Jornalismo Investigativo 2015, por ter sido o trabalho que mais se destacou em todas as categorias. Na produção, Giuliana fez quatro reportagens sobre o prefeito de Coari, município do Amazonas, acusado de chefiar uma rede de exploração sexual infantil na cidade.

Acompanhe abaixo a entrevista com a jornalista, produzida especialmente para a série Ouro da Casa, que apresenta a trajetória profissional de ex-alunos apaixonados pelas suas profissões.

Acontece Unimep - Por que escolheu cursar jornalismo na Unimep?
Giuliana Girardi - Como eu morava em Americana e trabalhava na época, a Faculdade de Comunicação era ótima opção. Estava perto de casa. Conseguia ir e voltar todos os dias rapidamente. Além disso, pesquisei as universidades da região e a Unimep estava entre as mais credenciadas. O Laboratório de Comunicação era bem equipado, o que me dava a certeza de que as aulas práticas seriam bem aproveitadas.

Acontece Unimep - O que a Unimep significa para você?
Giuliana - A Unimep foi uma parte importante da minha vida. Tive contato com professores que me fizeram pensar de maneira crítica e entender a importância do jornalismo.  

Acontece Unimep - Pode contar a sua trajetória profissional até o momento?
Giuliana Ainda no primeiro semestre da Faculdade de Comunicação da Unimep comecei a trabalhar em rádio. Passei por três. Trabalhei em algumas produtoras também. Depois fui pra TV. A primeira foi a CNT, em Americana. Depois fui pra afiliada da Globo, em São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Lá fiquei cinco anos na reportagem. De Rio Preto, fui transferida pra outra afiliada, em Sorocaba, também em São Paulo, onde permaneci por mais cinco anos. Em 2008 comecei a trabalhar na Globo São Paulo. Há três anos sou repórter do programa Fantástico.

Acontece Unimep - Qual foi a reportagem ou fato que se tornou inesquecível em sua trajetória profissional e por quê?
Giuliana No início de 2014 fiz quatro reportagens sobre o ex-prefeito de Coari, uma cidade no interior do Amazonas. Adail Pinheiro foi acusado de chefiar uma rede de exploração sexual infantil. A equipe do Fantástico mergulhou nessa história por quase cinco meses. Ouvimos vítimas do ex-prefeito. Crianças, adolescentes e mulheres na fase adulta, que nos contaram como foram aliciadas na época e depois abusadas. A série de reportagens mostrava que Pinheiro agia há muitos anos, usava a máquina pública a seu favor e não sofria consequências. Depois de três reportagens seguidas no Fantástico, a prisão dele foi decretada. Ele foi julgado e condenado a 11 anos de prisão. Foi importante denunciar esse caso grave de pedofilia, praticado por um administrador público e depois poder mostrar a punição dada pela justiça. 

Acontece Unimep - Para você, o que é preciso para ser um jornalista bem sucedido?
Giuliana Um jornalista precisa gostar de ouvir. É assim que se descobre boas histórias. Conversando com pessoas, se interessando pelo que elas têm a falar. A dedicação é outro fator importante para o sucesso. Não consigo lembrar de nenhuma reportagem que tenha feito, gostado e que tenha me dedicado pouco a ela. Ser persistente também é importante. Se fosse desistir de entrevistas num primeiro não, teria deixado de fazer muitas delas. 

Acontece Unimep - Pode citar três dicas aos jornalistas que estão prestes a ingressar no mercado de trabalho?
Giuliana - 1) Seja humilde. Quando comecei a trabalhar em rádio e depois em TV, não tinha prática  alguma. A ajuda e a opinião de pessoas que já trabalhavam na área foram fundamentais. Em várias ocasiões, estive aberta para ouvir dicas importantes de cinegrafistas e editores experientes. Depois, conversava com essas pessoas para ter o retorno do trabalho;

2) Leia. Pode parecer óbvio, mas já tive contato com muito jornalista que simplesmente não lê. Jornalista desinformado tem vida curta e poucas chances de sucesso;

3) Seja dedicado. Quando ainda não tinha experiência em TV, refazia meus textos várias vezes. Era uma maneira de comparar e aprimorar o trabalho. Sem suor, não há vitória.

 

Entrevista e texto: Angela Rodrigues
Fotos: acervo pessoal
Coordenação e edição: Celiana Perina
Última atualização:  27/11/2015

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