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Universo digital também exige boas maneiras

por Universidade Metodista de Piracicaba — publicado 10/11/2014 12h25, última modificação 26/04/2016 15h51

Imagine as seguintes situações: você envia um e-mail, não recebe resposta e não sabe exatamente qual atitude pode adotar. Você publicou algo no perfil de um amigo no Facebook e essa pessoa não curtiu e não comentou. Essa postura significa que ele não gostou do que você compartilhou? Embora sejam situações hipotéticas, esses exemplos são muito comuns no universo digital, que exige, sim, boas maneiras e postura adequadas de seus usuários, sejam nas mídias sociais, mensagens e e-mails, fanpages, perfis, interação em sites e grupos de discussão virtuais, dentre outras possibilidades.

“Escrever em caixa alta, escrever palavrões, xingamentos, usar caracteres ilegíveis (abuso na redução da palavra), e o pior, o uso inadequado da língua portuguesa são alguns dos erros mais cometidos pelos mal-educados digitais, na opinião de Rosana Borges Zaccaria, docente da Faculdade de Comunicação da Unimep e coordenadora do curso de especialização em comunicação empresarial. Para ela, as mesmas atitudes presenciais como educação, postura profissional, atenção, cuidado com o conteúdo a ser postado e agilidade nas respostas colaboram para uma imagem digital positiva. “Cada indivíduo, com seu ‘jeito’ aprimora a utilização das mídias sociais no uso cotidiano e o faz, a partir de características pessoais. Se o profissional tem limites ou habilidades, isso de certa maneira vai estar presente na utilização dos recursos tecnológicos”, aponta a docente.

Samuel Brito (foto), o primeiro brasileiro certificado em IPv6 (o novo protocolo da internet) e coordenador dos cursos de graduação e pós-graduação em redes de computadores da Unimep, afirma que não existem regras de etiqueta universalmente aceitas para o mundo digital, até porque a abrangência mundial da rede faz com que os usuários tenham percepções do certo ou errado distintas em virtude da cultura e idade.

“Cada cultura cria algumas boas práticas para uso das redes sociais. Uma regra universal é manter respeito com os espaços dos outros usuários da rede, como também ocorre no mundo real. Por exemplo, uma coisa é fazer uma publicação no seu perfil pessoal e outra totalmente diferente pode ser o efeito dessa publicação no perfil de outra pessoa. Creio que uma regra válida é transpor a etiqueta do mundo real para o virtual”, destaca Brito.

CUIDADO


 Há outros problemas como o de confundir o escopo das redes sociais. “Por exemplo, o LinkedIn é uma rede profissional que deveria ser utilizada apenas para fins profissionais. Da mesma forma, o Facebook é uma rede social pessoal e que, portanto, permite um comportamento mais cotidiano, sem rigoroso comprometimento profissional. No entanto, é fato que essas propostas podem se misturar. É amplamente conhecido que são vários os profissionais de RH que observam o comportamento das pessoas no Facebook, e não no LinkedIn. Para os recrutadores essa estratégia é uma possibilidade de identificar o perfil pessoal do candidato e não apenas suas competências técnicas”, afirma Brito.

Por este motivo, é que o docente americano Stephen Coon, da Iowa State University, afirma ser necessário pensar cuidadosamente antes de escrever, de compartilhar, de publicar, além de escrever de forma respeitosa. E lembrar-se sempre de que qualquer coisa postada na internet todo mundo poderá ver. “Já dentre os comunicadores profissionais, essa deve ser a regra. É preciso saber a veracidade daquilo que você está compartilhando, ter senso crítico e dúvidas sobre conteúdos postados na internet, antes de compartilhar. Gosto das mídias digitais, acho que elas têm nos dado muitas oportunidades para espalhar informação, notícias e ideias. Mas também temos de ter responsabilidades”, afirma Coon.

E-MAILS

Dentre os exemplos mais comuns nas relações virtuais, ocorridas principalmente em empresas e instituições, estão os e-mails sem resposta. Para a professora Rosana, encaminhar uma mensagem e não receber nenhum retorno indica, de certa forma, irrelevância para o autor da mensagem. “Uma desatenção ao assunto. Mas até que ponto devemos dar atenção a tudo que recebemos na velocidade esperada? Cada pessoa, cada profissional, imagina-se que tenha seu critério de seleção e administração do próprio tempo”, pontua Rosana.

O perfil e comportamento online evidenciam também as diferenças culturais entre os usuários de diferentes países. De acordo com Brito, o perfil do \"internauta\" brasileiro é de mais exposição se comparado ao de outros países. “Somos bastante abertos ao diálogo com aqueles que não conhecemos e pouco preocupados com privacidade”, aponta Brito.

Por outro lado, Coon complementa que as diferenças têm mais a ver com as gerações do que com a cultura. “Os valores geralmente diferem conforme a geração, por este motivo, acho que as diferenças de comportamento estão mais relacionadas às gerações do que com os costumes”, ressalta Coon.

DICAS


Dicas que pegam bem para a comunicação online:
- Não escrever mensagens em caixa alta;
- Não enviar spam por e-mail ou redes sociais;
- Usar o português corretamente;
- Compartilhar informações relativas ao universo profissional e de utilidade pública;
- Respeitar os espaços dos outros usuários.

Fontes: Rosana Zaccaria e Samuel Brito


Texto
: Angela  Rodrigues
Fotos: banco de imagens/Fábio Mendes
Coordenação/edição de texto: Celiana Perina
Última atualização:10/11/2014

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