Uso de anticoncepcionais é objeto de pesquisa de doutorado
Mulheres sadias que usam anticoncepcionais têm a probabilidade de desenvolver genes que podem ocasionar doenças cardíacas a curto ou a longo prazo? Esse é um dos questionamentos a ser respondido na pesquisa orientada pela professora dos cursos de fisioterapia e de mestrado em fisioterapia da Unimep, Ester da Silva, e desenvolvida por Ana Cristina Silva Rebelo, 23, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A iniciativa, inédita no Brasil, é fruto da tese de doutorado Influência do Uso de Contraceptivos Orais sobre as Variáveis Cardiovasculares, Ventilatórias e Metabólicas de Mulheres Saudáveis, de cunho interinstitucional, já que é uma parceria entre a Unimep, a Ufscar e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).
Para compor a pesquisa, as voluntárias mulheres com idade entre 20 e 40 anos fazem exames gratuitos no laboratório de fisioterapia cardiovascular da Unimep (bloco 2 do campus Taquaral), em parceria com o laboratório de performance humana (bloco 11 do campus Taquaral). As participantes fazem teste cardiorrespiratório, eletrocardiograma completo, exame de sangue e verificação da propensão à doença cardíaca pelo DNA. Alguns dos objetivos são verificar os riscos de contraceptivo oral no coração, nos níveis de colesterol, triglicérides e o condicionamento físico das mulheres. Os exames avaliam os efeitos no coração, pulmão e na atividade metabólica, além das alterações no organismo no decorrer da idade, das usuárias e não usuárias, conta a doutoranda.
A orientadora Ester, que classifica o projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), diz que em Piracicaba a área de fisioterapia cardiovascular é um campo a ser explorado, já que as áreas trabalhadas hoje são traumato-ortopedia, geriatria, entre outras. Pesquisas cardiovasculares existem aos montes, no entanto, uma que verifique no coração a origem ou a possibilidade de futuras doenças é pioneira, diz.
ADESÃO Até o momento o estudo já teve a adesão de 160 mulheres, mas o objetivo é examinar 340. A triagem das pacientes vai até maio de 2009. Podem participar mulheres entre 20 e 40 anos, da raça branca, com ciclo menstrual regular, ausência de sobrepeso, não-fumantes e sem doença cardíaca previamente diagnosticada. Não é necessário ser usuária de anticoncepcional, pois a análise da influência dos contraceptivos é somente um dos objetivos específicos do estudo. O projeto de doutorado de Ana teve início em março de 2008. Janaína Bassetti, 33, assistente do setor de avaliação institucional da Unimep, foi uma das participantes. A maioria dos que procuram esses testes já apresenta algum sintoma ou problema. Aqui, não. São exames completos voltados a mulheres saudáveis para saber se há propensão a doenças, avalia.
Outras informações podem ser obtidas pelo tel. (19) 3124-1515, ramal 1250, ou pessoalmente no laboratório de fisioterapia cardiovascular, no bloco 2 do campus Taquaral da Unimep, das 9h às 17h.
Última atualização: 02/07/2008