Prof. Francisco Crocomo analisa cenário econômico do Brasil
Embora ainda seja impossível prever quando a crise vai acabar no Brasil, pode-se dizer que algumas coisas podem melhorar. Por exemplo, o PIB (Produto Interno Bruto) vai crescer e o desemprego na Região Metropolitana de Campinas já está diminuindo, segundo aponta o professor Francisco Crócomo, professor do curso de ciências econômicas da Unimep e coordenador do Banco de Dados Socioeconômicos para Piracicaba e região. Tudo a passos lentos, mas em direção a uma situação melhor. “Espera-se que o Brasil cresça 0.5% em seu PIB neste ano. Em 2015 e 2016, houve diminuição de 3,8% e 3,5%, respectivamente. Em Piracicaba, o emprego está crescendo em uma média de 100 vagas por mês. Enquanto em 2015 e 2016, o desemprego havia disparado”, afirma Crócomo.
DEVAGAR E SEMPRE
A situação atual é produto de uma série de fatores, acrescenta o docente: “a instabilidade política diminui as expectativas dos empresários, que não investem no mercado. Isso contribui para a alta do desemprego. Quem está desempregado não pode comprar o mesmo volume de bens e serviços. Mesmo quem está empregado não tem segurança, pois pode ser despedido a qualquer momento”.
Por mais que exista a expectativa de que o PIB tenha aumento singelo, um dos principais problemas atuais do país ainda é o desemprego, que já atinge quase 14 milhões de brasileiros. No entanto, o cenário está mudando em alguns lugares e setores. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Piracicaba fechou os últimos doze meses com saldo positivo de 578 vagas (foram 18,3 mil contratações contra 17,7 mil de demissões). A indústria de transformação foi o setor que mais contratou nos últimos doze meses na Região Metropolitana de Campinas, com 1.181 vagas novas.
“Estudar é sempre essencial, tanto no auge da economia como na crise. Ser qualificado aumenta suas opções de trabalho. A Unimep oferece essas oportunidades de qualificação. A universidade sempre formou profissionais que contribuem para a pujança de nossa região. No curso de ciências econômicas, temos dentre os ex-alunos uma série de prefeitos e secretários municipais, além de diretores, gerentes e outras importantes funções no setor privado”, conta Crócomo.
RECOLOCAÇÃO
No trimestre encerrado em maio deste ano, a taxa de desemprego ficou em 13,3%, segundo a edição mais recente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do IBGE. São aproximadamente 14 milhões de desempregados contra quase 90 milhões de empregados. No mesmo período em 2016, a taxa de desemprego era de 11,2%.
Já em relação aos jovens, um em cada quatro está desempregado no Brasil. Ainda segundo o IBGE, entre jovens de 14 a 24 anos o índice subiu de 20%, em 2015, para 27%, em 2016. Mas o professor apresenta um contraponto. “Muitas vezes, os recém-chegados em nosso curso conseguem emprego. O mesmo acontece com graduados em outros cursos da universidade”, acrescenta o professor.
Texto: Pedro Spadoni
Edição e coordenação: Celiana Perina
Fotos: Banco de dados
Última atualização: 10.11.2017