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Fé e Convicção

por Angela Rodrigues publicado 22/05/2019 02h00, última modificação 22/05/2019 16h49

“O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos digo são espírito e vida”. João 6:63.

Quando temos a percepção de que o Espírito Santo guia-nos a toda verdade, as nossas orações transcendem a toda compreensão humana, Não é apenas um amontoado de palavras que são lançadas ao ar, é uma profunda conexão do espírito humano, com a essência da vida: Deus, que é amor.

Então passamos a adentrar uma experiência mais profunda no relacionamento da criação com o criador. Agora é um relacionamento de filhos e filhas com o ABA PAI, o Paizinho querido.

Neste momento, o nosso conhecimento da vida e do viver são transformados, não porque entendemos todas as coisas, mas sim porque passamos a viver pela fé.

A razão nem sempre produz convicções. O evangelista João escreve que Jesus sabe o que está acontecendo nos corações de seus discípulos. Ele diz que Jesus sabia desde o princípio quem não acreditaria nele.

A incredulidade das pessoas começa quando Jesus lhes fala sobre a necessidade de comer do Seu corpo e beber do Seu sangue. Para muitos deles, foi a primeira vez que tiveram dificuldade em aceitar o que Jesus disse, a lógica humana não podia compreender uma verdade divina.

Até agora, muito do que o Mestre disse foi tão útil e tão fácil de entender que eles prontamente aceitaram. Até então, eles "entenderam" o que Jesus lhes disse, mas a compreensão não os ajudará aqui. Aqui está algo que a razão humana não pode atingir, eles precisam de fé e isto está faltando. Por isso eles deixam de seguir a Jesus.

A fé cristã vem somente de Deus. Jesus continua dizendo que a fé é dada somente pelo Pai. O tipo de fé que nos faz agradar a Deus, consiste de uma essência divina, o que difere da mera credulidade humana.

Isso é algo que temos que ouvir. Demasiadas vezes pensamos que podemos dominar tudo sozinhos. Nós confiamos demasiadamente em nós mesmos e, eventualmente, chegamos a um ponto em nossas vidas, parecido com o que estava acontecendo com estes seguidores de Jesus.

Chegamos à conclusão que existem coisas, que excedem nossa capacidade de avançar simplesmente confiando em nossos próprios talentos e habilidades. Não podemos realizar nada, sem a graça capacitadora, sem uma profunda confiança em Deus.

Só Deus pode nos dar a essência deste tipo de fé. Acreditar não vem de nós, é dom de Deus. Se não quisermos acabar como os discípulos descritos no evangelho que lemos hoje, precisamos parar de confiar em nós mesmos e confiar somente em Deus e em Sua graça.

O fracasso de Judas. Por que o evangelista João menciona a traição de Judas na mesma sentença que a incredulidade dos discípulos? Porque ambos têm a mesma origem. Aqueles que deixaram Jesus não puderam aceitar o discurso do "pão da vida" porque insistiram em tentar entender algo para o qual não tinham a "ferramenta”, adequada: a fé Bíblica.

Judas trai Jesus mais tarde, porque ele também não pode aceitar a conversa do "pão da vida".

Ele provavelmente não pensa em traição no primeiro momento de sua dúvida, mas porque ele insistiu em entender, não conseguiu.

Se Judas estava convencido de que Jesus era um falso messias, ele também deveria deixar o grupo e fazer algo em que pudesse acreditar. Por não deixar o grupo, Judas torna-se um hipócrita no seu relacionamento com o Mestre, isso foi o que o levou ao fracasso.

Que mantenhamos as nossas convicções pela fé.


Pastor Silvio de Oliveira - pastor e psicanalista