Lava-pés
“Pois bem, se eu, sendo Senhor e Mestre de vocês, lavei-lhes os pés, vocês também devem lavar os pés uns dos outros”. João 13: 14.
Neste texto João descreve um dos momentos mais significativos do ministério de Jesus, o “Lava Pés”. Lavar os pés dos discípulos não somente revela o coração de servo de Cristo, como demonstra o Seu desejo de se identificar com as pessoas de igual para igual “nenhum escravo é maior que seu senhor”.
Jesus poderia ter reivindicado Sua superioridade diante dos discípulos e subjugá-los ao Seu bel prazer, porém, Ele abre mão desta prerrogativa e se coloca como exemplo a ser seguido.
“Agora que vocês sabem estas coisas, felizes serão se as praticarem". Jesus nos desafia a fazermos o mesmo para com as pessoas que nos cercam.
Porém queremos destacar aqui que não é apenas fazer o que Ele fez e sim fazer “como” foi feito. Aqui não é apenas uma questão de semântica e sim de intenção da ação.
Podemos lavar os pés como as mais variadas intenções, uma delas é como pretexto de humildade. Podemos ter os gestos desprovidos da intenção de servir. Então este momento passa a ser mais uma encenação do que real demonstração de humildade e desejo de ser como Jesus.
Em seu comentário sobre esta passagem Bíblica, Barclay nos diz que a lavagem dos pés era a cerimônia que precedia a entrada à casa a qual as pessoas eram convidadas.
Ao fazermos “como” Jesus, estamos estendendo a possibilidade do entrar na “casa do Pai” para muitas pessoas.
Estamos dispostos a lavar aos pés daqueles que fazem parte do nosso convívio. E através deste gesto demonstrar que somos enviados por Cristo e desejamos fazer Sua vontade. Será que temos sido benção na vida das outras pessoas? Temos sido compassivos?
"Não estou me referindo a todos vocês”. Ao se referir desta forma cremos que não foi somente para Judas.
Jesus está ciente de que nem todos terão a graça de viver o amor da vida e fazer o bem, de crescer além de si mesmos e de se reconciliarem.
Infelizmente, há também os lados escuros em nossos corações que impedem tudo isso. Há também o mal que quer impedir.
Que o amor de Cristo nos impeça de nos envolver com tudo àquilo que O desagrada e resistirmos ao mal e demonstrar Seu amor a este mundo, fazendo “como” Ele fez.
Sílvio de Oliveira
Pastor e Psicanalista