Não esmagará a cana quebrada!
“Eis aqui o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se compraz; porei sobre ele o meu espírito, e anunciará aos gentios o juízo”. Mateus 12:18.
O Pai Celestial nos entregou Seu filho unigênito para que pudéssemos ser filhos e filhas. “Porquanto, aqueles que antecipadamente conheceu, também os predestinou para serem semelhantes à imagem do seu Filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos”. Romanos 8: 29.
Através da vida de fé podemos não somente alcançar os céus, mas uma profunda e íntima comunhão com o Senhor da vida e do viver. Àquele que nos criou e tem para nossas vidas o propósito e a força para torná-lo real.
Quando isto acontece, não somente podemos perceber este amor, mas sim viver na dimensão deste amor que a tudo transforma e nos capacita a suportar o que não pode ser mudado.
Quando Jesus ouviu isso, ele saiu. “Jesus, sabendo isso, retirou-se dali”. Mateus 12:15. Esta é uma lição importante para nós: ainda não é sua "hora", então Jesus não a força.
Jesus não zomba dos fariseus, nem provoca um conflito desnecessário. Quando Jesus desafia uma pessoa, é para induzi-la a uma realização existencial mais profunda e, finalmente, a uma reversão do coração e da vida.
Ele fez isso em várias ocasiões com os mesmos escribas e fariseus. Mas agora não é hora de discutir com eles; seus corações estão fechados e eles não querem ouvi-lo. Já que não é a época de Jesus, eles não poderiam entendê-lo, e assim ele se retira sábia e humildemente desta situação.
Se houver diferenças de opinião (talvez com uma pessoa, aquele a quem amamos) e as emoções surgirem de uma vez, fica claro que um ou ambos os lados não estão prontos para aceitar a verdade; então é sábio recuar com amor e humildade até que nossos corações estejam mais dispostos a ouvir novamente.
“Não esmagará a cana quebrada”. A observação de Mateus nesta seção é bastante reveladora: "Muitos o seguiram, e ele curou todos os doentes".
Não podemos imaginar que todas as curas fossem físicas. Jesus é tão atencioso e humilde que todos sentiram que poderiam se aproximar dele. Quando uma “cana quebrada”, vem até a presença de Jesus – a pessoa que tem problemas em seu viver, passa por provações, sendo enganado pelo pecado – então, acima de tudo, ele quer curar sua alma.
Até hoje, o Mestre está pronto a atender a todos, de forma incansável, ajuda àqueles que foram quebrados pelas circunstâncias da vida e os restaura.
Ele é o bom doutor que trata das feridas mais profundas, para que a pessoa seja curada. À luz desse comportamento, reconhecemos o contraste entre os fariseus que procuram matá-lo e a Jesus, que continua a dar vida a todos os que vêm a Ele.
“Não apagará o pavio fumegante”. Tudo o que Jesus precisa para mudar a vida de uma pessoa é um pouco de cinzas fumegantes de fé e esperança. Por exemplo, não podemos forçar uma pessoa a amar ou confiar uma na outra. Deus também respeita a própria liberdade que ele nos confiou.
No entanto, o Senhor dá ao homem uma mente e um coração para que possam buscá-Lo. Portanto, podemos dizer que o ser humano de algo que transcende a materialidade, o que pode então proporcionar real satisfação.
Os ateus não nasceram como tais; eles se tornaram por escolha própria. Na alma humana, Deus já nos fornece uma centelha divina, como dizia Agostinho de Hipona, o que pode nos conduzir a uma vida de fé, esperança e amor.
Quando somos inseridos no Corpo de Cristo, Sua Igreja, esta centelha divina, pode se tornar um fogo interminável. Pode, no entanto, esfriada quando inadvertidamente a expomos aos ventos e ondas de egoísmo indomável, bem como a dúvidas seculares, incrédulas e deliberadas.
Não importa quão longe acreditemos que nos afastamos D’Ele, se simplesmente nos voltarmos para Jesus, descobriremos que Ele já estava olhando para nós.
Sílvio de Oliveira
Pastor e Psicanalista