Sarando as emoções
As pessoas, em todos os lugares da terra, estão bravamente lutando pela vida, porém com emoções danificadas. Neste processo existencial, elas suportam muitas situações vexaminosas, causando danos incalculáveis a si mesmas e ao próximo, que precisam ser resolvidos. Em muitos casos e em inúmeras vezes, essas dores são simplesmente varridas para debaixo do tapete, na tentativa de fazê-las desaparecer. As pessoas não conseguem solucionar as suas enfermidades emocionais, que, ao longo da vida, vão sendo acumuladas em um depósito de muitos rancores, muitas lamúrias e decepções. Infelizmente, é assim que acontece e é assim que elas seguem a viver.
Posso testemunhar que através das minhas próprias experiências de vida e de muitos anos ajudando os outros através deste processo, descobri que embora Deus queira ajudar aqueles que realmente querem a cura emocional, existem alguns passos muito importantes que estas pessoas precisam tomar por si mesmas.
Se você quer receber cura emocional, um dos primeiros passos que você deve dar é encarar a verdade, nunca fugir delas e nem tergiversar. Você não pode ser libertado emocionalmente enquanto vive em negação escondendo ou negando a verdade, nem pode fingir que certas coisas negativas não aconteceram com você. Seja uma pessoa sincera e isso lhe ajudará a encontrar libertação refrigério, cura para as suas emoções.
No caminhar de muitos anos, percebi que somos especialistas em construir muros e colocar coisas em cantos escuros, fingindo que nunca aconteceram, que não existiram verdadeiramente. Há pessoas que passam anos de vida em um ambiente abusivo, mas assim que me afastam dessa situação, agem como se nada estivesse errado. Nunca contam a ninguém o que aconteceu em sua vida particular, colocando assim uma pedra sobre realidades não solucionadas, não resolvidas e é um agravante descomunal. Elas vão passar a vida inteira escondendo o que mais fere suas emoções, puxando um peso dolorido e muito lamentável.
É de se perguntar, então, por que não queremos trazer coisas assim da nossa intimidade emocional para o conhecimento público? Inicialmente, porque temos medo do que as pessoas vão pensar. Temos medo de sermos rejeitados, incompreendidos ou não amados por aqueles com quem nos importamos ou de que eles possam ter uma opinião diferente sobre nós, se realmente soubessem tudo. É impressionante o nosso temor e a possibilidade de sermos envergonhados, quando na verdade, nossos propósitos são buscar libertação e alívio.
Me parece que o próximo passo em direção à cura emocional é confessar nossas falhas. Eu acho que há um lugar para, eventualmente, compartilhar com outras pessoas as coisas que ocorreram em nossas vidas.
Há algo sobre verbalizá-lo para outra pessoa que temos como maravilhosa para nós, mas devemos sempre usar de sabedoria. Por isso, se você quer contar algo, abrir o coração, escolha alguém em quem você sabe que pode confiar. Certifique-se de que, compartilhando sua história com outra pessoa, você não simplesmente coloque seu fardo sobre os ombros dessa pessoa. Além disso, não vá em uma expedição de escavação, tentando desenterrar velhas mágoas e ofensas que foram enterradas e esquecidas. Seja prudente ao relatar suas experiências emocionais, nem todo mundo é preparado ou tem maturidade para ouvir.
Saiba que ninguém pode ser libertado de um problema até que esteja disposto a admitir que tem um, por exemplo, um alcoólatra, viciado em drogas ou qualquer um que tenha perdido o controle de sua vida está condenado a sofrer até que seja capaz de dizer: “Eu tenho um problema e preciso de ajuda com ele”. Esta pessoa precisa de alguém para ouvir seu dilema, escutar o que ela tem em profundidade a expor. Todos nós temos problemas, precisamos de um ombro amigo, de uma pessoa-confidente e amiga que tenhamos segurança em contar o que está guardado em nosso coração, aquilo que ninguém sabe e que precisamos externar necessariamente.
É importante saber que mesmo que nossos problemas possam ter sido trazidos sobre nós por causa de algo feito contra nossa vontade, não temos desculpa para permitir que o problema persista, cresça e até assuma o controle sobre toda a nossa vida. Nossas experiências passadas podem ter-nos tornado do jeito que somos, mas não precisamos ficar assim para sempre.
Podemos tomar a iniciativa com medidas assertivas para mudar as coisas, e podemos pedir a ajuda de Deus. Qualquer que seja seu problema, enfrente-o, considere confessá-lo ao Senhor Deus, a um amigo de confiança e, em seguida, confesse-o para si mesmo.
Tenha uma excelente semana e dias abençoados em família, no trabalho e na cidadania, em nome de Jesus.
Reverendo Luiz Rodrigues Barbosa Neto – Pastoral Universitária